segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Perversão Sexual

Janaína Carine


A pedofilia é a perversão sexual na qual a atração sexual de um indivíduo adulto ou adolescentes está dirigida para crianças pré-púberes (ou seja, antes da idade em que a criança entra na puberdade). O simples desejo sexual, independente da realização do ato sexual, já caracteriza a pedofilia.

Algumas outras definições de pedofilia requerem uma diferença de idade de no mínimo cinco anos. Estas, porém, tendem a negligenciar a inclinação sexual pedofílica que se desenvolve durante a puberdade ou a infância, e que tende posteriormente a diminuir e acabar.

Segundo o critério da Organização Mundial de Saúde (OMS), adolescentes de 16 ou 17 anos também podem ser classificados como pedófilos se eles tiverem uma preferência sexual persistente ou predominante por crianças pré-púberes pelo menos cinco anos mais novas do que eles. Atualmente a pedofilia é simultaneamente definida pela OMS como doença, distúrbio psicológico e desvio sexual.


Sintomas e cuidados


Segundo a delegada Vera Rocha, de São Félix, no Recôncavo Baiano, os pais devem estar atentos para os sinais que indicam se seus filhos estão sendo vítimas de um pedófilo. “Deve-se ficar muito atento quando a criança se esconde, não conversa muito, deixa de brincar, fica agressiva, não quer que ninguém a toque, não quer que ninguém lhe dê banho ou que toque nas partes íntimas, às vezes por que causa dor, ou mesmo por vergonha. O fato principal é que ocorre, quase sempre, uma mudança de comportamento”, diz ela.

Muitas crianças apresentam comportamentos diferentes e é necessário muito cuidado na abordagem. Às vezes, mesmo sendo vítimas, elas negam. Portanto, a forma mais segura de constatação que a delegada usa é o exame médico legal, que serve para confirmar se o adolescente ou a criança sofreu abuso sexual.

Segundo ela, é necessário haver muita vigilância, diálogo aberto e esclarecimento com relação a este fato. A criança precisa sentir confiança nos pais para dizer o que está ocorrendo. “Com acompanhamento, confiança e abertura os pais podem evitar o pior. A criança, sendo prevenida, ela mesma evita que ocorra o abuso, ela procura fugir da situação e procura avisar logo o que está ocorrendo”.


Proximidade perigosa


Os abusos praticados contra crianças ocorrem muitas vezes com aquelas pessoas que tem certa proximidade. Às vezes quem pratica é o pai, às vezes é a empregada doméstica ou um parente próximo, que no ato de higienizar comete o abuso. Segundo a delegada, na faixa etária de 5 a 12 anos as crianças estão sujeitas tanto ao abuso praticado no ambiente familiar quanto externo, então elas são mais vulneráveis nos dois aspectos, tanto no interno, no caso da família, quanto no externo que é quando elas saem para brincar. Os abusadores ganham confiança sempre através de conversas e normalmente com presentes, com doces, dinheiro, até chegar o momento da ameaça. Uma vez que concretizam o abuso, normalmente eles fazem ameaças com o intuito de intimidar a criança.

A delegada afirma ser muito difícil averiguar se professores abusam de alunos, pois o ambiente no qual a criança está, que é a escola, é mais fechado, daí a importância da abertura dos pais. Há ainda um fator agravante: a criança muitas vezes reverencia o professor, dificultando ainda mais a penetração dos pais e da polícia diante do acontecimento.


Problema complexo


A circunstância da criança não querer, no momento do banho, o acompanhamento da pessoa encarregada de dá-lo, é um dos fatores que leva à desconfiança quanto ao fato dela estar ou não sendo vítima. Como é muito difícil a própria vítima denunciar, então esta é uma circunstância que pode levar à descoberta do problema. Normalmente constata-se a reincidência das práticas do abuso sexual, quando os abusadores costumam atacar mais de uma vez , pois são situações que são praticadas por longo tempo.


O problema é muito complexo. O fato, inclusive, de muitos pais de crianças que relatam suspeitas de abusos sexuais não comparecerem à delegacia para averiguar se seus filhos foram molestados, e apresentar denúncia contra o acusado, se deve a duas situações. Uma é o medo da publicidade e de que o filho se exponha. A outra é o próprio envolvimento dos pais com os acusados. Por exemplo: a esposa para não denunciar o marido, o marido para não denunciar a esposa, alguém próximo ou algum parente. Esse tipo de situação decorre da proximidade do parentesco, dificultando as denúncias. Identificar um pedófilo é uma situação difícil. Por isso, para a polícia, é necessário partir de um fato concreto.


Preservar a vítima


Com longa experiência profissional, a delegada já viu abusos sexuais tanto contra crianças e adolescentes, como em adultos de ambos os sexos. “Adultos que cometem este tipo de crime”, diz ela, “o fazem muitas vezes devido a abusos que sofreram quando crianças. Para que isso não ocorra é necessário muito apoio dos pais, de familiares e principalmente um acompanhamento psicológico adequado”.

Para superar o trauma é necessário o trabalho de conscientização. A polícia também deve se preocupar em dar garantia aos responsáveis, às crianças e aos adolescentes. E até mesmo para aqueles que denunciam este tipo de fato.

É fundamental que se evite expor as pessoas que se encontram nessa situação, para que o trauma da vítima não venha aumentar com essa exposição diante da sociedade e da mídia. Portanto, diz a delegada, a preocupação da polícia é investigar e procurar preservar a vítima.

Como evitar que seus filhos sejam atraídos por pedófilos

· Manter vigilância.

· Manter sempre um diálogo aberto.

· Estar sempre conversando e se interessando pelas atividades da criança.

· Na internet, colocar senha para que a criança não acesse sites indevidos. Mesmo assim, verificar com atenção, pois há a possibilidade de acessar, independente de uma senha.